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Acelerador de partículas brasileiro começa a ser construído ainda este ano

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O Brasil tem um acelerador de partículas em Campinas (SP), usado para estudar a estrutura atômica que compõe diversos materiais – algo utilizado tanto por pesquisadores como por fabricantes, em busca de materiais melhores. Mas o acelerador do LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron) não é tão preciso quanto suas contrapartes na Europa, por exemplo, e consegue realizar menos experimentos por ano.

Isso tudo pode mudar com o Sirius: o novo acelerador de partículas de terceira geração pode atrair pesquisadores e empresas de todo o mundo. Então é uma boa notícia saber que as obras do Sirius devem começar ainda este ano.

Antonio José Roque da Silva, diretor do LNLS, diz à Agência Fapesp que o projeto executivo do novo acelerador, com a arquitetura e infraestrutura para o início das obras, estará pronto até julho, permitindo o início das obras.

Além disso, o diretor diz que o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) já investiu cerca de R$ 55 milhões no projeto, e “considera o Sirius como um dos projetos prioritários para o país”. O ministro Marco Antonio Raupp, formado em Física, já demonstrou seu apoio a projetos como o Sirius.

O custo total agora é de R$ 650 milhões, mas era de R$ 400 milhões da última vez que vimos. Por que o aumento? Provavelmente devido às mudanças no projeto. O diretor do LNLS explica que o Sirius foi alterado depois que “o comitê internacional de avaliadores nos desafiou a fazer um projeto ainda mais arrojado”.

Isto inclui substituir eletroímãs por ímãs permanentes, reduzindo a necessidade de cabos de alimentação. (Os ímãs guiam os elétrons pela trajetória circular do acelerador de partículas.) Além disso, foram feitas mudanças na rede magnética e câmara de vácuo, tudo para aumentar a intensidade do feixe de luz criado pelo Sirius.

Mas por que um novo acelerador de partículas no Brasil? Segundo o diretor do LNLS, ele será capaz de emitir radiação com maior brilho e gerar imagens com mais resolução. Enquanto o atual acelerador, chamado UVX, consegue detectar detalhes na casa dos milímetros, um síncrotron de terceira geração chega na casa dos nanômetros. Com o Sirius, “será possível gerar imagens tridimensionais de uma célula e de suas organelas” com precisão nanométrica, diz Roque da Silva.

Com isso, ele pode atrair célebres pesquisadores internacionais, além de atender às mais diversas áreas da ciência: medicina, biotecnologia, nanotecnologia, ciências dos materiais e mais. Além disso, o Sirius aumentaria o número de empresas interessadas em realizar pesquisas no país – gigantes como General Electric e IBM, por exemplo.

O Sirius será construído em uma área de 150.000 m² ao lado das atuais instalações do LNLS, em Campinas, e está previsto para ser inaugurado em 2016.

CADUniversitário


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